Oito Mulheres Destacam-se na Luta Climática Global

Oito Mulheres Destacam-se na Luta Climática Global

8 Mulheres Protagonistas na Luta por um Futuro Sustentável

É diante desse cenário adverso que mulheres têm buscado protagonismo e formado frentes de apoio na luta contra a crise climática por meio da ciência, do ativismo e da política. Em comemoração ao 8 de Março, Dia Internacional da Mulher, conheça oito personalidades que lideram ações pelo clima.

Contexto Atual

O ano de 2025 não começou com uma perspectiva positiva para o clima. Após o registro de recorde de temperatura no mundo em 2024, houve a saída do Acordo de Paris da nação mais rica do planeta, os Estados Unidos, a pedido do presidente Donald Trump, que nega as mudanças climáticas.

Ativistas e suas Contribuições

Txai Suruí (Brasil)

Nascida na Terra Indígena Sete de Setembro, em Rondônia, a ativista Walelasoetxaige Suruí ("mulher inteligente, gente de verdade") adotou o apelido Txai, que significa "a metade de mim que existe em você e a metade de você que habita em mim". Filha de ativistas, cresceu ligada à luta pela defesa do território de seu povo e da floresta. Aos 19, tornou-se a primeira pessoa do povo suruí a ingressar no curso de direito da Universidade Federal de Rondônia. Txai foi a única brasileira a discursar na edição da COP26, em 2021, na Escócia, sendo a primeira indígena a falar na abertura de uma conferência do clima. Atualmente, é coordenadora da Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé e colunista da Folha.

Alessandra Munduruku (Brasil)

De Itaituba, no Pará, Alessandra Korap Munduruku é uma liderança indígena na frente da Associação Indígena Pariri. Seu trabalho é voltado à defesa das etnias que vivem ao longo do rio Tapajós e enfrentam o garimpo ilegal e a extração da madeira. Já foi ameaçada de morte e teve sua casa invadida, o que levou um grupo de deputados na Alemanha a solicitar sua proteção ao governo brasileiro. Recebeu, em 2020, o prêmio Robert F. Kennedy de Direitos Humanos e, em 2023, o Goldman, considerado o Nobel do ativismo ambiental.

Bárbara Flores (Brasil)

De Belo Horizonte, Bárbara Nascimento Flores é uma indígena da etnia borum-kren e pesquisadora em desenvolvimento ambiental. Tornou-se ativista desde a adolescência, revoltando-se contra os abusos de mineradoras na periferia da capital mineira. Foi a primeira de sua linhagem a entrar na universidade, onde cursou turismo. Fez ainda mestrado e doutorado na Uesc (Universidade Estadual de Santa Cruz na Bahia) e é atualmente pós-doutoranda na Universidade de Colorado, em Boulder (EUA). É bolsista do Instituto Serrapilheira, onde pesquisa a interação ecológica de povos originários com a floresta.

Ana Toni (Brasil)

Diretora-executiva da COP30, conferência da ONU sobre mudanças climáticas que será realizada em Belém em novembro, Ana também exerce o cargo de secretária nacional de Mudanças do Clima no governo Lula (PT). Antes de ingressar no governo, trabalhou no iCS (Instituto Clima e Sociedade) e foi presidente do conselho do Greenpeace Internacional entre 2010 e 2017. Também teve passagens pela Fundação Ford no Brasil e ActionAid Brasil.

Xiye Bastida (México)

A jovem ativista de Atlacomulco, no México, é uma das principais organizadoras do movimento Fridays For Future em Nova York. Parte do povo otomi-tolteca, busca dar visibilidade aos direitos dos indígenas e imigrantes na crise climática. Mudou-se para os EUA após uma inundação em sua cidade natal. Cofundadora da ONG Re-Earth, foi premiada com o prêmio Espírito da ONU em 2018, e teve um documentário feito pela revista Teen Vogue sobre sua trajetória em 2019.

Vanessa Nakate (Uganda)

Vanessa Nakate cresceu em Kampala e iniciou sua trajetória como ativista contra as mudanças climáticas após os registros históricos de temperatura em seu país em 2018. Fundou o movimento Youth for Future Africa e foi uma das poucas ativistas jovens a discursar na COP22, em 2019, na Espanha. Em 2020, foi eleita uma das 100 Women da BBC, lista anual das principais mulheres do planeta na visão da mídia britânica.

Christiana Figueres (Costa Rica)

A antropóloga, economista e diplomata atua há 30 anos em questões ambientais, tendo sido uma das principais articuladoras do Acordo de Paris, assinado em 2015. Antes, em 2010, foi nomeada secretária-executiva da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima.

Susana Muhamad (Colômbia)

Recentemente deixou o cargo de ministra do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Colômbia. Antes, foi diretora de planejamento de ação climática para a América Latina no grupo C40 Cities. Susana também foi secretária do Meio Ambiente e geral de Bogotá, além de ter sido eleita vereadora em 2019. Recentemente, presidiu a COP16 da biodiversidade.

Conclusão

Essas mulheres têm sido fundamentais na luta contra as mudanças climáticas, utilizando suas vozes e suas ações para fazer a diferença. É imprescindível apoiar suas iniciativas e acompanhar suas jornadas, pois elas nos inspiram a agir em prol do nosso planeta.