Mãe de Cazuza emociona-se com homenagem no Carnaval

Mãe de Cazuza emociona-se com homenagem no Carnaval

Com voz baixa, Maria Lúcia da Silva Araújo, a Lucinha, 88, não conseguia esconder a emoção pela homenagem ao filho. Cazuza, morto por causa do vírus da Aids em 1990, é o homenageado do Carnaval da escola Camisa Verde e Branco, a última a se apresentar no primeiro dia de desfiles do Grupo Especial do Carnaval de São Paulo.
"Acho que não preciso nem falar o quanto estou emocionada", disse à Folha, na concentração da escola.
Sem saber cantar o samba enredo direito, "porque é muito difícil", ela também não acompanhou os ensaios, porque estava no Rio de Janeiro, onde mora. Mas estava muito feliz por sair em um dos carros.
"Ele ser lembrado 25 anos depois [de sua morte] é mais do que merecido."
Pouco antes do desfile, Lucinha foi abraçada pela rainha de bateria, Sophia Ferro, e pela mãe dela, Érica Ferro, presidente da escola.
Patrícia Guimarães, diretora do documentário de Cazuza, puxou Lucinha pelo braço quando amanhecia o dia. "Pro dia nascer feliz", afirmou, sobre a música de Cazuza e nome do enredo da escola.

A homenagem toca em um aspecto muito significativo da cultura brasileira, especialmente no contexto do Carnaval, onde a celebração da vida e da memória de artistas se une ao ritmo vibrante. A presença de Lucinha no desfile é um tributo não só ao legado musical de Cazuza, mas também uma forma de recordar sua trajetória de luta e resistência contra a Aids, um tema ainda relevante nos dias de hoje. O carinho e respeito demonstrados pela comunidade do samba refletem a importância de nunca esquecermos aqueles que contribuíram para a arte e a cultura, mesmo após sua partida.

Com anseio, os fãs aguardam as próximas homenagens que exaltam não apenas Cazuza, mas também a resiliência de todos que lutam contra doenças e desafiamos os pré-conceitos sociais. Assim, o desfile se transforma em um momento de celebração, lembrança e reflexão.