Avião que caiu em São Paulo teve danos significativos

Investigações sobre o acidente

O avião que caiu em São Paulo na última sexta-feira (7) esteve envolvido anteriormente em um outro acidente na Venezuela, conforme um relatório do Ministério do Transporte do país. A aeronave, um King Air F90 com matrícula YV503T, apresentava problemas logo após decolar. Ao retrair o trem de pouso, um alerta de "inseguro" foi acionado, levando o piloto a retornar ao aeródromo imediatamente.

Infelizmente, ao tocar o solo, o trem de pouso da esquerda se retraiu, e logo em seguida o da direita também. A aeronave deslizou "de barriga" por 320 metros antes de parar. O único passageiro a bordo não sofreu ferimentos, mas o avião teve "danos estruturais significativos", necessitando de reparos em componentes do trem de pouso e na fuselagem.

Causa do acidente na Venezuela

As autoridades venezuelanas atribuíram a causa do primeiro acidente à instalação incorreta de uma parte do trem de pouso durante uma manutenção preventiva. Segundo o relatório, "o atuador do trem de pouso direito foi removido na última inspeção e seu rolamento de apoio não foi reinstalado corretamente," resultando na falha.

Tragédia em São Paulo

A aeronave, que caiu em São Paulo, causou a morte do empresário gaúcho Márcio Louzada Carpena e do piloto Gustavo Medeiros, além de deixar seis feridos. O acidente ocorreu próximo à marginal Tietê, envolvendo também um ônibus, que foi atingido pela aeronave em sua queda.

De acordo com testemunhas, o avião colidiu com árvores e placas de trânsito antes de atingir a traseira do ônibus. O motorista sofreu um estado de choque e outros passageiros do ônibus passaram por atendimento médico devido a ferimentos.

Possíveis causas da queda em São Paulo

A aeronave era um King Air com capacidade para até oito passageiros e era fabricada em 1981. Não possuía autorização para realizar táxi aéreo, conforme os registros da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil). Embora a aeronavegabilidade fosse normal, a falha mecânica é considerada a causa mais provável da tragédia.

O perito aeronáutico Daniel Kalazans analisou a situação e mencionou que a área ao redor do Campo de Marte apresenta desafios significativos após a decolagem. Ele acredita que uma falha técnica forçou o piloto a buscar um pouso forçado em uma avenida, onde a presença de postes e árvores complicou ainda mais a situação. "Dificilmente ele lograria êxito", afirmou Kalazans sobre as dificuldades enfrentadas pelo piloto.