Pai Herói da Globo transformou nome de menino em febre

Pai Herói da Globo transformou nome de menino em febre

O sucesso de Pai Herói


Em 29 de janeiro de 1979, há 46 anos, a Globo estreava Pai Herói como sua nova novela das oito. A trama, que foi desenvolvida às pressas por Janete Clair, se transformou em um imenso sucesso com o público e fez o nome do protagonista, vivido por Tony Ramos, virar febre entre as mães de meninos da época.

Considerado um dos maiores êxitos de Janete Clair


Pai Herói conquistou o público com sua narrativa emocionante e cheia de reviravoltas. Os telespectadores acompanharam de perto a jornada de André Cajarana (Tony Ramos), em busca da redenção do nome de seu pai falecido e da missão de reencontrar sua amada Carina (Elizabeth Savala), dada como morta.

Os desafios de produção


O jornalista Nilson Xavier, do Teledramaturgia, lembra que, em 1978, o autor Lauro César Muniz estava encarregado de criar a nova novela das oito, que deveria substituir Dancin' Days. No entanto, devido a problemas de saúde, ele precisou se afastar do projeto, e Janete Clair foi chamada de última hora para assumir a produção. Como solução rápida, Janete resgatou uma história que ela mesma havia escrito em 1958 para a Rádio Nacional do Rio de Janeiro, chamada Um Estranho na Terra de Ninguém, que modernizou para transformar em Pai Herói. Segundo Xavier, a autora inicialmente pensava em levar a história para o cinema, mas seus planos não se concretizaram, o que acabou facilitando a adaptação para a novela.

Casal amado pelo público


O Teledramaturgia destaca que, mais uma vez, a Globo apostou no entrosamento entre Tony Ramos e Elizabeth Savala, que já haviam se destacado juntos na novela O Astro (1977). Em menos de um ano, Tony saiu de seu papel como o rico Márcio Hayala para interpretar o humilde André Cajarana, enquanto Savala deixou sua personagem simples, Lili, para viver Carina Brandão, uma moça de família rica. A química entre os dois foi instantânea e encantou o público, o que levou Janete Clair a mudar o curso da história. Em uma entrevista à revista Amiga, de 29 de agosto de 1979, resgatada por Xavier, Janete revelou que o final original da trama tinha André se casando com Ana Preta (Glória Menezes). No entanto, diante da enorme repercussão do público, que enviava cartas pedindo a união de André e Carina, a autora optou por alterar o desfecho para agradar os telespectadores.

O fenômeno social gerado pela novela


O sucesso avassalador de Pai Herói foi além das telinhas: segundo o Teledramaturgia, a popularidade dos personagens de Tony Ramos e Elizabeth Savala causou um aumento significativo no registro dos nomes André e Carina entre os brasileiros. O nome André, por exemplo, teve um crescimento superior a 600% nos registros de nascimento em comparação com a década anterior. Uma pesquisa da Veja São Paulo informou que, somente em 1979, o número de crianças registradas com esse nome dobrou em relação aos anos 70. O mesmo fenômeno aconteceu com o nome Carina. Até a década de 1960, a variante do nome não era comum, mas em 1979, o número de registros saltou de pouco mais de 7 mil para quase 30 mil, como resultado direto da novela. O boom de crianças com os nomes dos mocinhos da trama reforçou o grande sucesso de Pai Herói, que deixou sua marca não só na história da TV brasileira, mas também na vida de milhares de famílias. A Max planeja lançar um remake da novela este ano e, segundo rumores, a obra já está em pré-produção.