A prática das fake news e o resultado dessa desinformação nas redes sociais

Com a decisão de Mark Zuckerberg de não checar a veracidade de conteúdos, o cenário da desinformação se agrava, refletindo crises políticas e sociais em todo o mundo.

A prática das fake news e o resultado dessa desinformação nas redes sociais

A recente declaração de Mark Zuckerberg, co-fundador da Meta, acendeu um alerta significativo sobre a crescente proliferação de fake news nas redes sociais. A decisão da empresa de não realizar mais a checagem de veracidade de conteúdos coloca em xeque a credibilidade das informações. Este movimento, que ocorre em um contexto já turbulento de desinformação, levanta preocupações sobre a responsabilidade das redes sociais na formação da opinião pública.

As fake news ganharam força a partir da eleição de Donald Trump em 2016, um fenômeno que se intensificou com sua nova candidatura em 2024. Informações infundadas, como afirmações absurdas sobre imigrantes se alimentarem de cães e gatos,  e mudanças de gênero em escolas públicas, foram amplamente disseminadas, contribuindo para um ambiente de desinformação. No Brasil, a situação não é diferente. Jair Bolsonaro e seus aliados da extrema direita são responsáveis em propagar mentiras de forma sistemática, como a recente desinformação sobre a taxação do PIX, que gerou confusão.

No município de Penedo, o impacto das fake news se fez sentir de maneira direta. O Secretário Executivo de Saúde de Alagoas, Guilherme Lopes, foi alvo de uma montagem que o retratava em estado de embriaguez durante a apresentação de seu programa Em Pauta. A desinformação foi rapidamente desmentida por meio da divulgação do vídeo original, mas não sem antes tentar causar danos à imagem do secretário e desviar a atenção da real intenção do programa.

A ascensão da Inteligência Artificial traz um novo nível de complexidade ao problema das fake news. Com a capacidade de criar conteúdos falsos que parecem autênticos, a IA apresenta um desafio sem precedentes: a dificuldade em identificar os autores e a origem das desinformações. Isso significa que qualquer pessoa pode ser alvo de mentiras, sem ter clareza sobre a fonte ou a intenção por trás delas.

O legado da desinformação, cultivado por figuras políticas e seus seguidores, se enraizou na sociedade, e a luta contra as fake news se torna uma batalha diária. Embora a responsabilidade pela disseminação de informações falsas não recaia apenas sobre um lado do espectro político, a urgência em enfrentar o problema é evidente. Enquanto não houver um esforço coletivo para promover a verificação dos fatos e a educação midiática, estaremos todos vulneráveis a sermos vítimas de mentiras que podem impactar nossas vidas e a democracia. Resta-nos, assim, a esperança de que a verdade prevaleça em meio a um mar de desinformação.

Creditos: Professor Fábio Andrey