Discurso dissonante da realidade marca defensiva de parlamentares alagoanos

Enquanto a maioria da população repudia Jair Bolsonaro, deputados alagoanos insistem em defender a inocência do ex-presidente, ignorando as provas robustas que o comprometem em crimes graves.

Discurso dissonante da realidade marca defensiva de parlamentares alagoanos

Na contramão do sentimento da maioria esmagadora da população brasileira e alagoana, parlamentares bolsonaristas de Alagoas têm adotado um discurso que se distancia da realidade ao defender a inocência de Jair Bolsonaro. Recentemente, em uma reportagem da Gazeta de Alagoas, os deputados federais Alfredo Gaspar (UB) e Fábio Costa (Progressistas), junto ao deputado estadual Cabo Bebeto (PL), se posicionaram sobre as graves acusações que cercam o ex-presidente, incluindo alegações de um golpe para permanecer no poder e planos para assassinar figuras proeminentes como o presidente Lula, o vice-presidente Alckmin e o presidente do STF, Alexandre de Moraes.

Os parlamentares alagoanos se uniram em um discurso que minimiza as evidências e desqualifica as investigações, alegando que tudo não passa de uma perseguição do judiciário, especialmente do STF, contra Bolsonaro. Para Alfredo Gaspar, o ex-presidente estaria sofrendo uma "perseguição implacável" e mereceria uma segunda chance nas eleições presidenciais de 2026. Gaspar parece ignorar que as acusações contra Bolsonaro estão fundamentadas em provas robustas e que foi o próprio povo que rejeitou seu presidente nas últimas eleições.

Por sua vez, Fábio Costa, conhecido por seu voto contra a manutenção da prisão de Chiquinho Brasão, um dos envolvidos na morte da ex-vereadora Marielle Franco, argumenta que a falta de provas tem sido substituída por uma suposta "perseguição política", um discurso que contradiz a realidade dos acontecimentos.

Cabo Bebeto, alinhando-se aos seus colegas, reforçou a narrativa de que o judiciário, especialmente o STF, estaria perseguindo Bolsonaro, em uma tentativa clara de desviar a atenção das acusações que pesam sobre o ex-presidente.

É crucial lembrar que Bolsonaro foi indiciado por diversos crimes, incluindo lavagem de dinheiro e apropriação de bens públicos no caso das joias sauditas, falsificação de documentos no caso do cartão de vacina da Covid-19 e, mais gravemente, por tentativa de abolição violenta do estado democrático de direito, organização criminosa e plano de golpe de estado. As evidências que sustentam esses casos são significativas e indicam uma possível culpabilidade do ex-presidente.

Diante desse cenário, os parlamentares alagoanos se encontram em uma encruzilhada: rendem-se às evidências e à opinião pública ou continuam a defender um discurso que contraria o bom senso e a verdade. A escolha é deles, mas as consequências dessa decisão podem ser irreversíveis.

Creditos: Professor Fábio Andrey