Avanços e desafios no cenário político no Brasil com a proposta de redução da jornada de trabalho
14/11/2024, 08:03:13Projeto de lei de Erika Hilton visa reduzir a carga horária semanal para 36 horas, mas enfrenta resistência e debate acirrado entre partidos e setores da sociedade.
Nos últimos dias, o projeto de lei 6x1, de autoria da deputada federal Erika Hilton (PSOL), tem dominado as pautas dos jornais e telejornais do país. A proposta, que busca reduzir a carga horária semanal dos trabalhadores de 44 para 36 horas, com a possibilidade de realizar quatro dias de trabalho sem alteração na carga máxima diária de oito horas e, crucialmente, sem redução salarial, tem gerado intensos debates.
Para que o projeto avance na Câmara dos Deputados e seja discutido, é necessário o apoio de um terço dos parlamentares, o que equivale a 171 assinaturas. Até o momento, 134 deputados já manifestaram apoio à proposta, evidenciando um cenário de mobilização a favor da redução da jornada.
A deputada Erika Hilton, que se posiciona ideologicamente à esquerda, argumenta que a carga horária atual é desumana e contribui para um aumento alarmante de casos de burnout, uma condição caracterizada por exaustão extrema e esgotamento físico devido às demandas excessivas do trabalho. A parlamentar defende que a mudança não só melhoraria a qualidade de vida dos trabalhadores, mas também promoveria um ambiente de trabalho mais saudável.
Por outro lado, partidos de direita, tradicionalmente alinhados com os interesses patronais, se opõem à proposta, argumentando que a redução da carga horária pode resultar em demissões e aumento do desemprego. Essa resistência revela um embate entre a proteção dos direitos dos trabalhadores e as preocupações econômicas do setor empresarial.
A discussão sobre a redução da jornada de trabalho não é inédita e segue uma tendência global, com muitos países adotando modelos que visam equilibrar a vida dos trabalhadores. No entanto, a proposta da deputada enfrenta críticas que questionam sua viabilidade. Alguns especialistas e representantes de trabalhadores sugerem que um "meio termo" poderia ser mais eficaz, permitindo uma carga horária que possibilite aos trabalhadores realizar outras atividades sem sobrecarregar os empregadores com prejuízos financeiros.