Dia do Professor; nem sempre quem muda o mundo por não conseguir a outrem

Ex-alunos que nos honram nos são pontos de felicidade e missão cumprida. Mas aos que se desviam das condutas morais não nos transferem a culpa. Educação é coisa da família.

Dia do Professor; nem sempre quem muda o mundo por não conseguir a outrem

Longe do clichê, ser professor é se doar à arte sanfranciscana. Em nenhum momento na história do Brasil o professor foi respeitado tanto quanto na Alemanha, onde o trânsito é interrompido para que o educador atravesse a rua, mesmo sem faixa de pedestre, refletindo o respeito que acompanha um dos maiores salários das categorias.

Não se deve ser demagogo ao ponto de afirmar que a profissão é valorizada pelos profissionais atuais, que vivem sob fogo cruzado devido às constantes mudanças no Ensino Fundamental e Médio, as quais visam atender a princípios ainda não comprovados como melhorias no ensino aprendizagem. Antigamente, os pais ajudavam os professores com filhos em dificuldades nas matérias, mas hoje isso se tornou impossível, em parte devido ao choque de gerações e às formações inadequadas.

O Dia do Professor deveria representar um momento de reflexão entre duas partes: ex-professores e ex-alunos, para que se possa extrair um feedback – um resumo real – sobre o quanto cada facilitador da aprendizagem foi e continua sendo importante para os novos profissionais. Isso traria bons resultados.

Derramar conhecimento para quem não quer aprender não é missão; é, na verdade, o suplício de um profissional que se depara com uma realidade contraditória em relação ao seu papel de formador e distribuidor de conhecimento. Em uma escola onde a maior autoridade é o aluno, tanto a instituição quanto o professor foram diminuídos, adaptando-se para não perder o “cliente” e o Professor o emprego.

A constatação da formação de novos profissionais inseguros e desnivelados evidencia que o projeto de aumento do IDH – Índice de Desenvolvimento Humano – a todo custo eleva, de maneira ilusória, a colocação do país nas análises realizadas por amostragens superficiais.

Na verdade, o Professor caminha para um labirinto criado por técnicos do Ministério da Educação, que atendem muito mais aos interesses de grandes editoras do que aos princípios morais de uma formação de excelência.

Comemorar, então, o quê?

Creditos: Por Raul Rodrigues