Fim das eleições 2024 em Alagoas indica fim das tradicionais forças dos sobrenomes

É de bom alvitre descrever o momento atual como o começo do fim de algumas oligarquias da política alagoana, evidenciado pelos sinais que emergiram das urnas no domingo, 06 de outubro de 2024, e pelos pífios resultados daqueles que insistem em ignorar as vozes das ruas.

Em Maceió, o ocaso da geração Collor de Mello foi marcado pela derrocada eleitoral do sobrinho do ex-presidente Fernando Collor, que, mesmo com o apoio de Tereza Collor — ex-cunhada do ex-presidente e filha do imperador das usinas em Alagoas, João Lira —, obteve apenas 569 votos. Não poderia haver indicativo mais contundente do fim.

Em Penedo, os antigos sinais de fumaça dos Caetés, os índios que habitaram as primeiras áreas do Opara até a Vila do Penedo, desafiaram as ameaças dos Beltrão, e mostraram que os penedenses são, acima de tudo, “corações que não sabem ter medo”. Essa frase, retirada do hino da cidade, reflete o espírito de um povo que carrega do passado as marcas de suas ruas estreitas e, no futuro, as esperanças de suas largas avenidas. 

Esse espírito mandou de volta para Coruripe o grupo dos B1, B2, B3 e B4 — Március, Marcos, Marcelo e Marx, respectivamente —, para que por lá respeitem quem nasce sobre rochedos já está preparado para expulsar invasores*. 

Ronaldo Lopes, por sua vez, deu-lhes uma lapada de quase 15 mil votos de diferença, superando até mesmo a maior votação já dada a um ex-prefeito na história de Penedo, quando Dr. Dirson obteve 14 mil votos contra 4 mil de Guilherme Gonçalves.

Os tempos mudaram. A ordem de grandeza da política penedense também. Mentiras não mais garantirão vitórias aos Pinóquios das eleições, e a renovação na Câmara de Vereadores é a prova definitiva dessas transformações.