Israelense diz que foi pedida em casamento por sequestrador do Hamas: ‘Ficará comigo e terá meus filhos’

Israelense diz que foi pedida em casamento por sequestrador do Hamas: ‘Ficará comigo e terá meus filhos’
Uma jovem israelense que foi mantida refém por quase dois meses pelo Hamas revelou que o sequestrador a pediu em casamento e disse que eles teriam filhos. Noga Weiss, de 18 anos, estava na casa de seus pais em Kibutz Be'eri quando o grupo extremista invadiu a comunidade nas primeiras horas de 7 de outubro.
Ela revelou à TV local Chanel 12 que cerca de duas semanas depois de ser levada da casa dos pais, recebeu o pedido.
"Ele me deu um anel no dia 14 [no cativeiro] e eu fiquei com ele até o dia 50. Ele me disse: 'Todos serão libertados, mas você ficará aqui comigo e terá meus filhos'", relembrou.
Ao ser questionada se respondeu ao pedido, ela afirma que riu para que o sequestrador não atirasse em sua cabeça. 
Depois de vários dias que estava no cativeiro, o homem mandou buscar a mãe de Noga, para que ela pudesse aprovar o casamento.
"Achei que ela tivesse sido assassinada, pensei que estava sozinha. De repente, ela está viva e eu não estou sozinha", disse a jovem sobre a primeira vez que viu a mãe, Shiri Weiss, de 53 anos. 
A mulher gritou com o sequestrador até que ele entendesse que a proposta havia sido recusada por ela. A jovem passou 50 dias sob a mira do Hamas, e disse que os integrantes mudavam de humor rapidamente. Em alguns momentos, eles riam com as vítimas, em outros, a ameaçavam com armas. "Você sempre teve que agradá-los", reforça a jovem. 
"Fiquei 50 dias, 24 horas por dia, 7 dias por semana, pensando que eles iriam se cansar de mim e simplesmente atirar em mim ou que eles não precisariam de mim no final, ou que eles atirariam em nós enquanto dormíamos no meio da noite", relembra. 
Pouco antes de Noga ser sequestrada, seu pai, Ilan Weiss, de 56, havia saído de casa às 7h15 para se juntar ao esquadrão de emergência do Kibutz. Posteriormente, souberam que ele foi morto e o Hamas é quem mantém seus restos mortais em Gaza, segundo o Times of Israel.
Noga e a mãe estavam em casa, tentando se proteger em uma 'sala segura', mas quando o grupo chegou no cômodo, atirou ao menos 40 vezes na porta.
"Vimos as conversas no WhatsApp e entendemos o que estava acontecendo. As pessoas escreviam que sua casa estava pegando fogo e depois pararam de responder", relatou a jovem. 
Ela se escondeu embaixo de uma cama, e viu a mãe ser levada pelos sequestradores. Pouco depois, ouviu tiros e achou que a mãe pudesse estar morta. 
As irmãs mais velhas da jovem, Meytal, de 26 anos, e Ma'ayan, de 23, moravam em apartamentos estudantis em uma parte diferente do Kibutz. As duas enviaram mensagem para ela ao longo do dia, pedindo que saísse da casa dos pais, pois o imóvel havia pegado fogo. 
Inicialmente, Noga tentou se esconder em arbustos próximos, mas foi rapidamente localizada por integrantes do Hamas.
"Algo em torno de 40 deles me cercaram. Eles amarraram minhas mãos atrás das costas. Enquanto me levavam, vi os corpos de pessoas que conhecia do Kibutz. Poucos minutos depois, eles me colocaram em um carro e começaram a dirigir", relembra. 
Tanto a mãe quanto a jovem foram libertadas no dia 25 de novembro.
"No dia da minha libertação, vendo soldados com uniforme das Forças de Israel, foi a primeira vez [desde 7 de outubro] que me senti segura, então isso mudou alguma coisa", disse ela.