Tarifas das bandeiras nas contas de energia trarão impactos fulminantes a partir de Julho

Reajuste médio deve atingir 20% e muita gente terá que cortar gastos de outros setores para não ter sua energia cortada.

Tarifas das bandeiras nas contas de energia trarão impactos fulminantes a partir de Julho

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou, esta semana, que deve aplicar reajuste de cerca de 20% no valor das bandeiras tarifárias, cobradas adicionalmente nas contas de energia elétrica dos consumidores de todo o país.

A decisão deve ser formalizada até o fim do mês e as novas cobranças podem começar logo em seguida.

Essa majoração, mesmo que afete somente as bandeiras - acréscimos feitos nas contas para bancar o acionamento de termelétricas em momento de crise hídrica, como o atual -, então as tarifas de energia elétrica, pode desencadear um efeito cascata, provocando alta na inflação e dificuldades ainda maiores para as classes mais baixas.

 Vale lembrar que a eletricidade foi a principal vilã da inflação de maio, que chegou a 8,06%, e subiu mais de 5% no mês em comparação com abril. Com o possível novo aumento, o cálculo é de que um consumidor residencial que gaste, por exemplo, 200 kWh/mensais, verifique elevação de mais de 23% na sua conta, em apenas três meses.

O cálculo é o seguinte: se, em maio, com a aplicação da bandeira vermelha 1 (R$ 4,16paracada100kWhconsumidos),o cliente mencionado pagou R$ 131,94 e, em junho, sob a bandeira vermelha 2 (R$ 6,24), gastou R$ 136,09, o reajuste na taxa extra (navermelha2,para R$ 7,48) elevaria a conta, em julho, para R$ 163,31.

Para Paulo Casaca, economista do Ibmec, a aplicação do reajuste deve provocar outros aumentos na economia, já que a energia é insumo para inúmeras cadeias produtivas.

Além disso, pessoas de menor renda ficarão ainda mais estranguladas para pagar as contas. “Esse reajuste é cruel, principalmente, com famílias mais pobres, que a cada dia estão vendo se esvair seu poder de compra”.  

Para “sobreviver, será necessário economizar ainda mais em itens essenciais”, explica CRISE HÍDRICA A justificativa da Aneel parta a correção das bandeiras é de que a crise hídrica pela qual passa o país – considerada a pior dos últimos 91 anos –, deixa os reservatórios das principais hidrelétricas do Sudeste em níveis muito baixos e obriga o sistema a abastecer-se com a geração das termelétricas, de custo mais elevado.

Desde março, a Aneel acionou o sistema de bandeiras tarifárias e no mesmo mês abriu proposta para alteração nas tarifas. A proposta da Aneel também inclui redução: no caso, no valor da bandeira amarela, que passaria R$ 1,343 acada100kW/h consumidos para R$ 0,996. Já a bandeira vermelha 1 subiria de R$ 4,169 para R$ 4,599. “Tomaremos essa decisão ainda em junho, para pagar as térmicas”, afirmou o diretor-geral da Aneel, André Pepitone.

Creditos: Raul Rodrigues - com informações da internet