Senado deverá empurrar Código Eleitoral para 2022 com consulta pública

Conteúdo conta com opiniões aspadas de advogado especialista em direito eleitoral.

Senado deverá empurrar Código Eleitoral para 2022 com consulta pública

O Senado da República deverá empurrar para o ano de 2022 a análise final do novo Código Eleitoral em função de algumas importantes decisões que constam na redação apresentada e aprovada pela Câmara Federal, mas que geram conflitos ideológicos com um grupo de senadores que avistam a volta das coligações como cláusula vencida.

E também, a quarentena de quatro anos para algumas categorias deixarem as suas funções públicas para se candidatarem. No caso de prevê que juízes e membros do Ministério Público terão de se afastar definitivamente de seus cargos e funções quatro anos antes do pleito, e também para policiais federais, rodoviários federais, policiais civis e guardas municipais.

Diante de alguns impasses internos é muito provável que os senhores senadores optem por deixarem para o ano de 2022 a análise e aprovação na Casa do Salão Azul – Casa Revisora – quando até se pensa em uma espécie de plesbicito ouvindo à população brasileira sobre novo Código Eleitoral. Mesmo que seja de maneira proporcional e/ou on-line.  

Para o advogado e doutor em Direito Constitucional, Erick Pereira, é um intervalo de tempo extremamente curto para analisar um projeto tão complexo. E pior, que não foi sequer debatido com a sociedade. “A grande preocupação é essa. O povo precisa entender o que acontece no Congresso, precisa participar e entender o que, de fato, está sendo proposto e o que vai trazer de bom para a sociedade. O que o código vai trazer de bom para o eleitor? O que estimula a participação no sistema eleitoral?”, falou. Erick defende que, mesmo com propostas positivas, como a criminalização do Caixa 2 (recursos não contabilizados usados nas campanhas), da divulgação de notícias falsas (fake news) e da violência política contra mulheres, há temas que merecem atenção redobrada. A formação de coligações partidárias, novas regras para divulgação de pesquisas eleitorais próximas ao dia do pleito e a quarentena eleitoral são alguns desses pontos.

 

“Acho muito relevante debater as coligações, por exemplo, se irão ou não retornar. O ideal é que não houvesse esse retrocesso, assim como o retrocesso relacionado às pesquisas eleitorais, que só poderão ser divulgadas até a antevéspera das eleições. São mais de 900 artigos quer devem ser analisados com cuidado e participação popular, sem a pressa causada pelo pouco tempo até o dia 2 de outubro”, disse o advogado.

Creditos: Raul Rodrigues