Sem coleta seletiva dos eletroeletrônicos onde iremos parar? Parte I
06/09/2021, 13:11:16Nosso primeiro artigo vem recheado das principais informações sobre o tema para assim fundamentarmos os que seguirão

Estima-se que, até 2050, o mundo produzirá cerca de 120 milhões de toneladas de lixo eletrônico. Ao calcular, anualmente, o valor da produção de lixo eletrônico global o resultado já supera a casa dos US$ 62,5 bilhões, o que corresponde mais que o PIB de vários países, conforme relatório divulgado pela Plataforma para Aceleração da Economia Circular (Pace) e pela Coalizão das Nações Unidas sobre Lixo Eletrônico.
O Brasil por ser um país continente e de baixa cultura do seu povo, é quem lidera a posição de produtor de lixo eletrônico na América Latina, ocupa o 7º lugar nesse ranking, ficando atrás de China, Estados Unidos, Japão, Índia, Alemanha e Reino Unido. O País gera, em média, 1,5 milhão toneladas, por ano. Apesar do acúmulo de rejeitos serem expressivos, o que mais assusta é a forma como esses resíduos são tratados: apenas 3% do lixo eletrônico brasileiro é coletado para ser reciclado ou descartado de maneira adequada.
Lixo coletado em Piaçabuçu-AL
Preocupada com esse contexto e com os problemas ambientais acarretados pelos rejeitos, a Associação das Empresas de Tecnologia da Informação de Minas Gerais (Assespro-MG) atua, desde 2012, para conscientizar as empresas de TI e toda a comunidade mineira sobre a necessidade do descarte correto de eletrônicos. O que deve ser seguido pelos demais estados da federação.
“Acreditamos que a Assespro-MG tem um papel fundamental em relação a sustentabilidade, e através de sua representatividade, buscamos trabalhar a conscientização não somente das empresas de TI, mas de toda a sociedade. Caso a devida atenção não seja dada para esse assunto, em um futuro breve, teremos um dano ambiental enorme”, enfatiza, Fernando Santos, o vice-presidente de comunicação e marketing da Assespro-MG.
Um dos maiores agressores químicos do meio ambiente.
Um dos problemas críticos está relacionado à falta de locais reservados exclusivamente para o descarte apropriado de lixo eletrônico. Dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) apontam que menos de 20% desse lixo é reciclado de maneira formal no mundo. Já os outros 80% são depositados em aterros ou reciclados informalmente, causando a exposição direta de trabalhadores a metais pesados, boa parte deles com substâncias cancerígenas. Lembremo-nos do caso do Césio 137 ocorrido no Brasil em 1987 em Goiânia. Veja vídeo.
“A Assespro-MG ciente dessa grande dificuldade e procurando, cada vez mais trabalhar de forma eficiente em relação à sustentabilidade, estabeleceu uma parceria com a empresa BH Recicla, pois entende que pode contribuir ao ser um ponto focal de descarte de lixo eletrônico na capital mineira”, ressalta Fernando Santos.
Acordo – Cumprindo com sua capilaridade em nível nacional, a Federação Assespro, juntamente com outras entidades representativas do setor e o Ministério do Meio Ambiente, assinou o Acordo Setorial de Logística Reversa de Eletroeletrônicos que responsabiliza as empresas pelo recolhimento de lixo eletrônico.
A obrigatoriedade passou a valer a partir de 2021. “Esta participação é fundamental não só para fortalecer ainda mais nossa representatividade, mas demonstra nossa preocupação com um assunto tão relevante. Nós, da Assespro, estamos atentos a pautas que são cruciais para os cidadãos, e que podem causar impacto de maneira geral para a sociedade”, destaca Santos.
Cada município deve divulgar o local do descarte correto para se conseguir um planeta mais limpo, com geração de emprego e renda em ação conjunta.