Qual a verdadeira relação entre políticos e imprensa? Todos sabem, mas...

Chatô foi o mais irreverente de todos os jornalistas brasileiros e não conseguiu vencer ao sistema.

Qual a verdadeira relação entre políticos e imprensa? Todos sabem, mas...

É duro se escrever, descrever ou falar sobre o assunto. A imprensa brada independência, mas quando foi que a imprensa foi de fato livre e independente? NUNCA!

Ninguém conseguiu – nem Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Mello –, mais conhecido por Assis Chateaubriand ou Chatô, atuando entre 1940 1 19690, sem os apoios de governos por meio de publicidades oficiais. Ninguém ainda hoje consegue manter a um veículo de imprensa sem parcerias com governos ou políticos. E os que se arvoram em poder são vítimas do sistema que os leva à falência. Por isso, é preciso saber viver.

Em 1808 com a chegada da família Real ao Brasil, toda a imprensa existente foi coibida – proibida – de atuar. Fossem quais fossem as formas de impressão e distribuição ao grande público, jornais, livros ou panfletos. Criou-se e então a Imprensa Régia, “Imprensa Nacional” sendo impresso o seu primeiro exemplar sob a denominação de Gazeta do Rio de Janeiro. Totalmente escrito por contratados da família Real, e ainda assim supervisionados por pessoas da Corte. O Jornal Correio Brazilienze já existia, mas era impresso em Londres.

Em 1747 as maiores cidades da América Espanhola, e Antônio Isidoro da Fonseca abre talvez a primeira oficina de imprensa no Brasil, mas todo o seu maquinário foi então confiscado pela família Real, e assim levadas as letras de impressão seguindo uma Lei Régia para Portugal.

Lutaram contra a falta de liberdade de imprensa os jornais A Gazeta de Notícias e O Paiz, e na Era Vargas, O Diário de Notícias, O Correio do povo, Cidade do Rio, o Diário do Commercio, e a Revista Tribuna Liberal. E as revistas de caricaturas, Revista Illustrada, O Mequetrefe, O Mosquito, e O Besouro. Vindo pouco depois a Gazeta da Tarde.

Para sobreviver ou nascer o órgão de imprensa tinha que passar pelo crivo dos governos fossem eles, de qual sistema fosse.

Registre-se que em 1833, foi permitida pela família real a criação da Imprensa Negra que denunciava o racismo e as desigualdades sociais.

O sistema Globo de comunicação, jornais e Rádio Globo serviram aos governos Vargas sem rupturas, tanto que conseguiu o eleger deputado federal pelo Rio de Janeiro – escolha do ex-presidente, pois tinha sido eleito por cinco estados da federação – e depois o reconduzi-lo ao Palácio do Catete no Rio de Janeiro para mais uma vez presidir o país.

Já o complexo Globo de Comunicação, Jornais, Rádio e Rede Globo de Televisão fizeram apoios aos governos militares, na redemocratização, e dentre o presidencialismo atual, pseudo parlamentarismo, semipresidencialismo, ou seja, o que for, elegeu os últimos quatro presidentes – Collor, FHC, Lula e Dilma, fazendo do povo brasileiro uma massa de manobra nunca dantes existida no país. E olhe que somos um país continente.

E nada disso foi de graça. Depois das eleições gerais de 2018, sendo a Rede Globo eliminada de todo o contexto de recursos das publicidades governamentais da União - governo Bolsonaro – o complexo de comunicação está a ruir.

 

Portanto, em defesa de todos os órgãos de imprensa penedense, escrevo: quem puder manter um veículo de imprensa livre das verbas publicitárias que são legais de governos, que abra, lute e feche, em nome da liberdade de expressão! Pois aqui na Terra o sistema ainda não permite tal desempenho. 

Creditos: Raul Rodrigues