O desafio de um gestor justo para não se tornar bom!

A escolha de um gestor deve ser feita pela razão e não pela emoção.

O desafio de um gestor justo para não se tornar bom!

Existe uma diferença muito grande entre ser justo e ser bom.

As duas virtudes são confundidas sempre por quem pede, e muitas das vezes por quem tem que dar a resposta.

Um gestor bom atende aos pedidos da população mesmo que isto implique em onerar aos cofres públicos quanto a uma ação não edificante. Atende a um pedido para depois negar a outro que possa vir a ser até primordial.

Neste momento em que o gestor atende a um pedido pueril, ele põe sob risco a ajuda para o povo em possível catástrofe. Ele foi bom, mas não foi justo.

O gestor justo, pondera e aplica a melhor resposta para o povo mesmo que desagrade a quem não entenda o que é ser correto para com o bem público. Ele é gestor exatamente por inspirar na população uma capacidade administrativa e não por se tratar de um assistente social desmedido.

Ouvi muitas alegações sobre os festejos juninos em Penedo. Se deveria ou não fazer o Arraial do São João. E as opiniões apareceram divididas por entre as classes formadoras de opiniões. E muito emocional das categorias que teriam emprego e renda neste momento. O que seria bom, mas não justo.

Penedo vive uma ressaca das chuvas que deixaram alguns milhares de desabrigados, desalojados e algumas com perda total de tudo. Casa, móveis, roupas, documentos e por fim, tudo mesmo. O que sobrou foi nada ou quase nada.

O momento então requer prudência. E ainda não nos recuperamos da tragédia.

Para quem pensava em trabalhar para ganhar um trocado – na verdade parte da sua sobrevivência – a situação fica complicada de entender por se tratar da sua vida. Mas em tempos de dificuldades as prioridades devem ser respeitadas dentro de um princípio onde a racionalidade prevaleça sobre a tensão emocional. E somente sabe as condições de um município quem de fato está a frente das contas públicas.

Portanto, em muitas das vezes onde o eco do senso comum faz reverberar sobre uma situação, é preciso se analisar também o bom senso sobre a mesma situação.

E em Penedo ainda há muito por fazer para se voltar à normalidade. Mas muito por se fazer mesmo.        

Creditos: Raul Rodrigues