Morte de João Lira deveria trazer reflexão política. Todos que o enganaram estão bem.

João Lira deixa um legado enquanto empresário: Bancar campanhas e de quatro em quatro anos. Ser político de mandato a campanha é diariamente. Não há dinheiro que chegue.

Morte de João Lira deveria trazer reflexão política. Todos que o enganaram estão bem.

João Lira, um dos maiores empresários do setor sucroenergético do Brasil, com usinas em Alagoas, Minas Gerais e São Paulo, desbravador da agroindústria do açúcar, e depois também com a produção do álcool faleceu no final da manhã desta quinta-feira, 12/08, aos 90 anos, de complicações – pneumonia e broncoaspiração – em hospital particular em Maceió, por ironia do destino, após vencer ao Covid-19.

Empresário de sucesso absoluto. Financiador de várias campanhas políticas cujos candidatos foram eleitos com base em seu apoio financeiro para representar Alagoas em Brasília, na ALE e até em algumas prefeituras sendo o maior exemplo União dos Palmares, município onde se localizava a sua usina Lajinha.  

Apaixonado por sucesso, tempos depois se lançou então candidato ao senado da república vindo a ser eleito na qualidade de suplente de Guilherme Palmeira, a quem substituiu em 02 de janeiro de 1989 quando o titular foi eleito prefeito de Maceió e assumiu ao mandato. Também foi deputado federal vindo a obter a maior votação na eleição de 2002 com 112.949 votos, primeiro colocado de todo o estado.

Em 2006 foi candidato a governador do estado, mas não obteve êxito mesmo sendo a sua campanha a mais cara de todos os tempos em Alagoas, o que o levou – segundo informações colhidas – à banca rota – como empresário, mesmo voltando à câmara federal em 2010 como quarto mais votado do estado.

Da ingratidão:

João Lira foi dos maiores financiadores de campanhas de políticos que se iniciaram na política pelas suas mãos, leia-se pelo seu dinheiro, e quando passou a ser empresário sem recursos, não houve quem lhe estendesse a mão para compensá-lo pelos feitos do próprio João Lira. A política tem dessas coisas.

Diante de uma enxurrada de processos judiciais trabalhistas, das campanhas milionárias que bancou para si e para outrem, todo o seu patrimônio se esvaiu qual éter na presença do meio ambiente. Desapareceu, evaporou!

Segundo um pensamento espírita toda a riqueza da terra de nada serve diante do Senhor.

João Lira chega ao encontro com Deus desvalido de toda a riqueza que conquistou por mérito empresarial e com suor e lágrimas – de alegrias ou de tristezas – de quem para ele trabalhou. Não questionamos absolutamente nada, mas entendemos que friamente João Lira foi muito mais útil para outrem que para ele mesmo no ramo da política.

 

Nosso artigo em todas as nuances do que conhecemos. E por justa análise desejamos que o empresário e político tenha o descanso eterno, e que seus familiares devolvam a Deus o que Ele lhes deu por 90 anos. 

Creditos: Raul Rodrigues