Morre Elza Soares a Dercy Gonçalves da música popular brasileira!

Desbravadora inconteste, irreverência em pessoa e coragem para amar ao que fazia e a quem queria.

Morre Elza Soares a Dercy Gonçalves da música popular brasileira!

Elza Soares como assim ficou conhecida por todo povo brasileiro foi e continuará sendo a desbravadora no mundo machista da música da época como uma espécie de mulher corajosa e de fibra ao enfrentar todos os preconceitos impostos por uma sociedade – elite – que somente soube como até julgar aos de origem mais pobre. Indistintamente!

Cantora das noites e de boates cariocas e são paulinas, ficou conhecida pela bela voz e por excelentes interpretações, mas muito mais conhecida como a Deusa da vida de Mané Garrincha, o gênio das pernas tortas.

Três vitrines para quebrar paradigmas sociais. Negra, Cantora das noites e Amante de um dos Reis do futebol, Mané Garrincha, filho de Pau Grande no estado do Rio de Janeiro, como bem definiria Nelson Rodrigues o mestre das dúbias interpretações.

Elza Soares representa para as novas gerações de mulheres da música a matriarca de todas. Sem ela a música talvez tivesse aberto portas para outra desbravadora, mas coube exatamente a ela esta missão de quebrar tantos paradigmas, como coube a Dercy Gonçalves derrubar os muros dos preconceitos contra a mulher atriz em um mundo completamente dominado pelo machismo predominantemente cultural.

Cantou, encantou e se despede hoje com missão cumprida como cumprida foi a sua própria vida ao lado de Garrincha pelas noites efêmeras vividas por entre encontros e desencontros que a vida lhes deu, incluindo a data de morte como coincidência para os que não acreditam na correlação dos fatos como explica a Física.

O palco ficou vazio, mas as lembranças dos gritos afinados para abrilhantar a musicalidade que não comparam com os atuais pedidos de socorro das novas gerações jamais serão esquecidos por quem a ouviu cantar ao vivo ou por meio dos LPs e da televisão em seus primeiros ensaios no Brasil.

 

Um adeus inesquecível!  

Creditos: Raul Rodrigues