Médico Dr. Claudio Maierovitch e a imunologista Drª. Natalia Pasternak calam senadores governistas e respondem tudo sobre a pandemia na CPI.

Reunião foi calma, esclarecedora, com explicações científicas, mas acessível a quem interessasse o assunto.

Médico Dr. Claudio Maierovitch e a imunologista Drª. Natalia Pasternak calam senadores governistas e respondem tudo sobre a pandemia na CPI.

De todas as testemunhas convocadas para a CPI da Pandemia, o Dr. Claudio Maierovitch, sanitarista e ex-presidente da ANVISA e a Drª. Natalia Pasternak, imunologista, ao prestarem informações como testemunhas na CPI da Pandemia nesta sexta-feira, simplesmente calaram aos senadores governistas, como também tiraram todas as dúvidas sobre o quadro pandêmico no Brasil desde o seu inicio até os dias atuais, e baseados em dados científicos deixaram a previsão de atingirmos em agosto a 750 mil mortos no país.

Não deixaram perguntas sem respostas. Foram categóricos e técnicos nas afirmativas com demonstrações calaras em explicações compreensíveis e de fáceis assimilações sobre os erros crassos cometidos pelo governo em toda a sua estrutura como órgão responsável pela condução de todos os canais das resolutividades. Desde o som de uma comunicação uníssona – única – às compras de vacinas e/ou insumos para salvar de fato vidas, e fazendo uma distribuição não igualitária por estados, mas sim por zona de maior incidência da doença.

Para os doutores Claudio e Natalia, o governo com campanhas negacionista confundindo a opinião pública por meio de declarações do presidente quanto ao uso da hidro cloroquina ou cloroquina o que em meio/junho de 2020 já tinha ficado evidenciado internacionalmente e nacionalmente não possuía poder de cura alguma. Mas isto teve grande repercussão entre leigos e admiradores do presidente, causando-lhes quem sabe até perdas de vidas.  

Tanto o Dr. Claudio quanto a Drª. Natalia foram bastante enfáticos ao dizerem: “eu defendo o conhecimento científico – a ciência – e nada tenho com partido político” despolitizando desta forma quaisquer possibilidades de se tratar ser contra ou a favor de Bolsonaro. Na qualidade de técnicos ambos defenderam verdades, fatos e o conhecimento científico acima de tudo.

Quanto às perguntas dos senhores presentes ou remotamente, a Drª. Natalia e o Dr. Claudio foram objetivos e contundentes. Nada ficou sem resposta.

·         Quanto à compra de vacinas? Atrasou e foi letal!

·         Quanto à comunicação? Foi negacionista, errada, confusa e também letal!

·         Quanto ao uso de equipamentos de segurança? Foi desastroso e letal!

·         Quanto à Cloroquina? Desinformado e letal!

·         Quanto às aglomerações? Mau exemplo e com chances de infecção e mortes.

·          Quanto à possibilidade de se ter evitado mortes com protocolos corretos? 50%.

·         Quanto a uma terceira onda? Do mesmo modo que a segunda foi sempre maior que a primeira, a terceira onda poderá vir, e se vier, será mais letal ainda que a segunda onda. A primeira onda partiu do ZERO. A segunda de deficiência na organização do todo falta de vacinas em massa, e deficiência hospitalar em geral no país inteiro, até em número de UTIs, chegando à falta de oxigênio e kit de intubação. Uma terceira onda trará o mesmo limite nas UTIs, e filas gigantescas à espera de um leito. Estamos ainda com um número de mortos por dia muito alto, e partiremos daí. Há uma projeção de órgão internacional que indica 750 mil mortos em agosto.

O senador governista Jorginho teceu considerações sobre as posições das testemunhas, tentado identificá-las como “contra o governo”, mas as explicações técnicas foram discrepantemente superiores às ilações de quem não tinha perguntas a fazer. Por quê será?

Creditos: Raul Rodrigues