Mandetta deixa claro que Bolsonaro fechou os olhos para a pandemia.

Para começo de conversa, Renan Calheiros, o relator, saiu-se muito bem tirando leite de pedra. Mas pedra bem que queria.

Mandetta deixa claro que Bolsonaro fechou os olhos para a pandemia.

O ex-ministro da saúde do país, Luiz Henrique Mandetta, médico e com passagem pela câmara federal como deputado, está sendo sabatinado pela Comissão Parlamentar de Inquérito do Senado – CPI – e em suas primeiras respostas, as demais tendem para repetições vez que o assunto se esgota naturalmente, e deixa claro em alto e bom som que o presidente Jair Messias Bolsonaro fechava os olhos para a pandemia.

Esta importante informação traz de volta ao centro das atenções duas grandes perguntas: poderíamos ter evitado tantas mortes? SIM! E, porque negar com tanta veemência as primeiras e principais barreiras contra a contaminação, a higienização das mãos, o distanciamento social e o uso da máscara?

Estas serão as perguntas que irão dominar o centro das atenções da população depois dos esclarecimentos feitos pelo ex-ministro que se portando com a maior elegância em estilo e falas não poupou informações dobre as assertivas do seu tempo de ministro, como também clareou com total transparência os maiores erros do senhor presidente.

 Ficou também devidamente bastante claro que ninguém – sem exceção alguma – sabia como lidar com o Coronavírus. Era algo novo demais para se ter um norte de como contra-atacá-lo. Era um vírus “pesado”, de muita resistência a medicamentos e que dentre as melhores escolhas eram as regras básicas do trio da prevenção: máscara, higienização das mãos e distanciamento social. Mas o presidente pregava ao contrário.

Sobre a logística de atender a estados e municípios Mandetta também foi enfático e categórico ao dizer que estados e municípios deveriam sim trabalhar no sistema tripartite – União, Estados e Municípios – e como rege a Constituição Federal que em tempos de guerra sanitária passam a ter as suas soberanias elevadas.

Também explicou que os respiradores – 15 mil aparelhos – foram todos eles adquiridos pelo ministério da saúde o que deu até agora o suporte para funcionamento em hospitais – estaduais ou municipais – e que até a sua permanência em ministério não houve nenhuma compra autorizada de vacinas. E disparou: “alguns fabricantes ofereceram as vacinas, mas avisando que ainda estavam fase de teste – segunda fase – mas que após a terceira fase seriam entregues a quem fizesse os pedidos”.

Na qualidade de médico Mandetta deixou claro que a vacinação seria o maior dos avanços contra o Covid-19, mas até a sua permanência em cargo, não houve a formalização do pedido, até porque o presidente Bolsonaro tentou até mudar a bula da Cloroquina para evidenciar a sua eficácia contra a pandemia, fato que foi proibido pelo presidente da ANVISA.

Perguntado se em sua opinião o presidente politizou os fatos com governadores e alguns prefeitos contra o Lockdown, Mandetta disse serem esses fatos públicos. “Todos os senhores senadores sabem disso!”

Em sendo o primeiro ex-ministro a falar na CPI da Pandemia, isto significa que muita adrenalina ainda está por vir.

Creditos: Raul Rodrigues