Francisco Lima: um nome, um homem, um trabalhador e um caçador, e pai de família.

Francisco Lima: um nome, um homem, um trabalhador e um caçador, e pai de família.

Francisco Lima

Mais conhecido como seu Chico Lima, Francisco Lima foi um dos moradores da Rua Fernandes de Barros nos anos 60,70,80 dos mais marcantes para os jovens que viveram as suas infâncias no quarteirão entre a Padaria do Se Barroso, o Convento, a Catedral, e o Tiro de Guerra. As suas características eram intrínsecas aos homens daquela época, e, portanto, não dado a conversar com crianças. Mas nunca desrespeitoso. Era apenas silencioso.

Funcionário da empresa Dalmo Peixoto, detinha sob a sua responsabilidade uma Belina 1 amarela que sempre pernoitava em frente à sua casa onde morava com sua esposa Dona Valdice, seus filhos Walner, Walter e Chiquinho, e as filhas Frances, Eunice, Valdice e Guilhermina.  Todos criados à moda daquela época, respeitando aos mais velhos, estudiosos, caseiros e apenas Waltinho sendo o que mais participava das nossas brincadeiras sempre com destaque para as suas habilidades com a bicicleta, o xodó dos meninos daqueles tempos.

Homem alto, esguio e sempre sério, representou para Penedo um nome dos homens de bem sem para tanto viver em meio à sociedade elitizada, respeitado por todos e admirado pelos caçadores com quem viajava aos sábados em uma caminhonete F1000 de irmãos Peixoto pelo sertão a fora quando eram permitidas a caça de veados, capivara, tatus, e outras espécies de animais longe da palavra extinção. Seu Chico Lima deixava a nós meninos da rua sempre com medo, e principalmente pelo cachorro Pastor Alemão, de nome Gaúcho, que raramente aparecia na rua. Mas pelo porte deixava qualquer a tremer.

Trabalhador de nunca perder o horário da sua repartição, um pai exemplar, amigos dos amigos com quem se divertia ao contar as histórias das caçadas – informações colhidas com outras pessoas da época – terminando a sua história de trabalho ao montar uma gráfica onde prestava serviços de impressão e confecção de cartões de todos os tipos, convites para casamentos e aniversários, localizada no trecho compreendido entre a Importadora Tavares e as Casas Gecunhas.

Fato inusitado: na noite da chegada do novo Bispo de Penedo, Dom Constatino Leurs, um grupo de assaltantes e ladrões que aterrorizava Penedo ao fugir da Delegacia – prédio do Capespe – os mesmos ao passarem pela Rua Fernandes de Barros, conseguiram abrir a Belina amarela e dentro do porta-luvas encontraram um revolver de Seu Chico Lima evadindo-se do local para o Cemitério São Gonçalo do Amarante, onde foram depois capturados pela Polícia Militar, momento em que trocaram tiros com os PMs onde e quando aconteceu que um dos assaltantes tombou durante o confronto.

 

 

Creditos: Raul Rodrigues