Fenômeno da polarização leva Cunha a nocaute antes do primeiro round

A campanha de Rodrigo Cunha começou pálida, e continua com hemorragia eleitoral de apoios.

Fenômeno da polarização leva Cunha a nocaute antes do primeiro round

É voz recorrente nas lides políticas do estado – Maceió e interior – que a chapa Rodrigo Cunha e Jó Pereira imbicou, e que foi superada pelo fundista Fernando Collor.

Fundista por não aguentar bem a maratona de uma campanha. Larga bem, mas cansa ainda em meio ao tempo de duração da própria campanha.

Fenômeno eleitoral dos anos 90, Fernando Collor de Mello, ainda arrasta multidões se comparadas às campanhas locais. Ninguém mais que Collor tem o brilho de iniciar uma campanha. Seu nome é reconhecido e por merecimento da sua fama.

Com Paulo Dantas despontando na dianteira das pesquisas em função do poder da caneta de governador, pelo apoio dos Renans, e pela vulnerabilidade dos demais nomes –, Rodrigo e Rui –, a eleição em Alagoas  tende para o mesmo eixo temático da nacional: uma polarização com previsível resultado.

Mas quais motivos levaram Rodrigo Cunha e Jó Pereira fraquejarem tão cedo?

Primeiro pela escolha do cabeça de chapa que fez sucesso há quatro anos atrás para o senado, mas que nada trouxe de importante ou edificante para Alagoas. Discurso de oposição não enche barriga nem traz benefícios coletivos.  Que o diga Heloísa Helena muito mais aguerrida e foi engolida pelo sistema.

Em segundo lugar, por não ter entendido o seu núcleo rígido de campanha que Jó Pereira renderia muito mais. Mias municípios espalhados sob forte densidade eleitoral, onde tem parentes prefeitos ou onde o segundo lugar é com forte votação, e por ser um nome muito mais conhecido pela classe trabalhadora de Alagoas. Principalmente entre as mulheres.

Em terceiro lugar, pelo modus operandi de Arthur Lira que engessou a campanha dando foco ao parlamento – eleições proporcionais – para federal e estadual de maneira primária, permitindo que os Renans se fortalecessem no quesito apoios.

Somente na Assembleia Legislativa do Estado – ALE – Paulo Dantas fez um arrastão.   

Candidaturas sem apoios é como se tentar inverter os primórdios da política: “ninguém é forte sozinho”, e Rodrigo Cunha se isolou deixando Rui Palmeira e Collor se lançarem candidatos contra uma máquina montada para vencer pela divisão dos opositores.

Cunha – leia-se Arthur Lira – errou em muitos aspectos.

Creditos: Raul Rodrigues