Enquanto o povo sofre com a fome, perda do poder de compra e inflação vem se falar de semipresidencialismo. É brincadeira!

Com ou sem o presidencialismo o Palácio do Planalto vem sendo e ainda será ocupado por quem obedece.

Enquanto o povo sofre com a fome, perda do poder de compra e inflação vem se falar de semipresidencialismo. É brincadeira!

Tenho encontrado muito foco nas agonias que ferem ao povo brasileiro em sua maior fragilidade – o poder de compra – que de tão fraco, tem provocado a fome de alguns milhões de pessoas, desemprego e achatamento salarial de muitos milhões, seguindo-se de uma inflação que somente enriquece aos ricos, e de repente veem as mídias dominantes proporem a discussão de um novo sistema de governo – o semipresidencialismo – que em nada resolve a crise atual.

Muito me estranha proporem se falar sobre o que já temos, que é um pseudo parlamentarismo, parlamentarismo branco, ou como queiram disfarçar, para tirar do foco as grandes discussões sobre a vida do povo brasileiro, esta sim, que está abalada e fortemente puxada para baixo ante à uma economia em desgoverno.

Falar se o presidente deve manter os poderes que tem, quando desde Fernando Collor de Mello, primeiro presidente eleito na redemocratização, e que teve que sair do Palácio do Planalto sem direito ao voo rotineiro que o levava à Casa da Dinda por conta de um resultado de um impeachment motivado por ações políticas e descabidas da legalidade para tanto?

Falar se o presidente deve manter os poderes que tem, quando Dilma Rousseff também foi tirada do poder por não aceitar as imposições de um congresso admirador do impeachment contra contrarie as suas vontades?

Falar de poder de um presidente que vive a reboque de um Centrão e dos seus caciques – que de fato mandam até no oxigênio de quem ocupa a cadeira do palácio governamental – isto sendo o sistema presidencialista?

Falar dos poderes do presidente que tem que indicar para diretorias de órgãos públicos a lista que lhes é entregue pelos partidos que lhe garante não ser tirado do cargo enquanto ouvir e obedecer?

Ao longo da nossa história, retirando-se os presidentes dos governos militares, não acharemos nenhum presidente que tenha exercido o mandato sem que tenha sido a reboque do congresso nacional, ainda que sendo pelos piores congressistas ali colocados pelo inocente povo brasileiro, que por fome e sede termina por ceder aos encantos das eleições e suas manobras para se comprar votos.

Vive-se do que se planta, e em Brasília quem planta somos nós.

 

“Somos frutos do nosso meio sem dó nem piedade!”;   

Creditos: Raul Rodrigues