Bolsonaro aparece engessado depois de reunião entre poderes.

Já o novo ministro da saúde sinalizou para o "fortalecimento do SUS (Sistema Único de Saúde), articulado nos três níveis: União, Estados e municípios"

Bolsonaro aparece engessado depois de reunião entre poderes.

O presidente da república, Jair Messias Bolsonaro, após participar de uma reunião com os presidentes da câmara dos deputados federais, deputado Arthur Lira, do senado da república, Rodrigo Pacheco, e do supremo tribunal federal, Luiz Fux, mostrou-se engessado entre as palavras firmes dos colegas de presidência, e constrangido ao ter que ficar calado diante da desconstrução dos seus discursos inflamados sobre a pandemia.

Ao se atingir mais de três mil mortes em vinte e quatro horas, e trezentas mil mortes no país, Bolsonaro teve que entregar as rédeas do combate à Covid-19 a um comitê integrado de trabalho sob a escolha do novo ministro da saúde, e aos auspícios do congresso nacional e do STF que cobraram uma efetiva mudança de comportamento e de atuação de quem faz o combate ao Coronavírus.

Dentre os discursos que Bolsonaro teve que assistir e ouvir as citações de Arthur Lira, Rodrigo Pacheco e Luiz Fux, ficou claro que o clamor da população vai ser atendido em seus principais medos: ser atendido em vacinação em massa, e maior resolutividade nos atendimentos para os pacientes internados em UTIs, e aos que também precisam desse tipo de atendimento.

Leiam os discursos dos senhores presidentes dos demais poderes:

Já o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), disse que a união dos poderes significa um "pacto nacional liderado por quem a sociedade espera que lidere, o presidente Jair Bolsonaro", e com a compreensão de que "medidas precisam ser urgentemente tomadas". Ele reforçou que o novo comitê terá coordenação do presidente da República.

 

"Fica decidido pelo presidente da República, junto aos demais poderes, e constituição imediata de um comitê, ou como queiram chamar, um grupo permanente de trabalho, sem delegação, com parte do presidente da câmara, do senado, e dos demais membros que devem participar, especialmente o ministro da Saúde, para definirmos as políticas nacionais uniformes no ambiente de identificação das convergências que existem", esclareceu Rodrigo Pacheco.

Segundo Pacheco, o comitê servirá para que haja um "controle prévio" sobre a constitucionalidade das medidas que serão tomadas a partir de agora. "Medidas como a participação da iniciativa privada, ampliação de leitos de UTI, a solução dos problemas de oxigênio e de insumos de medicação, e fundamentalmente, a política de vacinação do Ministério da Saúde", disse o chefe do Congresso Nacional.

Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, saiu em defesa de uma melhor comunicação entre os poderes, e da "despolitização da pandemia". "Temos que desarmar os espíritos e tratarmos o problema como um problema de todos nós, um problema nacional, que nos competem enquanto representantes da população", defendeu Lira. "Temos que falar uma linguagem só, com acompanhamento diário, com responsabilidade de informação e com comunicação adequada de todos os dados". Hoje ainda, Lira terá a reunião de líderes da Câmara para tratar da próxima pauta de votações da Casa. 

O presidente do STF, Luiz Fux, afirmou que a corte não pode participar diretamente do novo comitê de crise, mas que vai verificar "estratégias capazes de evitar a judicialização [da pandemia], que é um fator de demora na tomada de decisões". "Dessa reunião ficou claro um binômio muito importante: exemplo e esperança", disse.

 

 

 

 

Creditos: Raul Rodrigues