Aos senhores do comércio, nossos respeitos; aos que perderam vidas nossas condolências.

As duas parcelas da população têm razão. Muito embora uma não sobreviva sem a outra.

Aos senhores do comércio, nossos respeitos; aos que perderam vidas nossas condolências.

Vejo com a clareza da razão os que defendem o direito ao livre comércio – meio de sustentação de muitos autônomos – como a única maneira de continuar vivos e operantes. Da mesma forma que enxergo os que perderam entes queridos e cobram mais saúde.

Na lei universal sem comércio não se sustentam as vidas. E assim sendo por ser dito que as oportunidades existem e que são raras os que se aproveitaram dessa pandemia para enricarem, a defesa dos oportunistas. Os superfaturamentos aconteceram de maneira exponencial, ninguém agiu com juros simples. Todos se utilizaram dos juros compostos.

Em defesa da vida vêm então as lutas com dores e lágrimas que separam as vidas da morte. É uma equação difícil de fechar por se tratar de números misturados com sentimentos. Ou mesmo razão e emoção. Como se diz popularmente, entre a Cruz e a Espada.

Respeitamos a quem defende a vida funcional e para todas as áreas. Já quem pede pelas vidas atenta de certa forma contra o mundo da economia. E o interessante é que sem saúde não se trabalha e não se produz. E também não adianta se ter saúde sem dinheiro circulante, lei dos mercados de capitais.

A humanidade vive o seu pior momento de toda a história universal, daí não se saber para onde caminhamos a cada dia que vencemos barreiras e dificuldades. Sabemos apenas que mais um dia se passou. Ou um dia de cada vez.

Se falarmos de riscos ou sinistralidades todos os dias já estivemos e sempre estamos e estaremos sujeitos à morte. Por um acidente, por um mal súbito, uma fatalidade que seja, mas não carregamos antecipadamente a placa da morte como nos dias atuais pelo invisível inimigo do vírus.

Como não encontramos nas ciências ou na própria religiosidade a resposta para o que estamos passando, resta-nos entender que toda mudança radical nos mete medo, sendo por vezes o medo de algo fatal, e em outras vezes o medo do tigre de papel.

A fórmula para a saída deste momento ainda é desconhecida.

Creditos: Raul Rodrigues