Suspeito de matar Fernando Iggnácio
Policial suspeito de matar Fernando Iggnácio responde por atrasos e faltas ao serviço na PM do RJ
Cabo Rodrigo Silva das Neves foi preso nesta terça (12), na Bahia.
Apontado como responsável de ser um dos assassinos do contraventor Fernando Iggnácio, em novembro de 2020, o cabo da Polícia Militar do RJ Rodrigo Silva das Neves é visto como de péssimo comportamento na corporação, com acúmulo de faltas e atrasos.
O policial foi preso, nesta terça-feira (12), em uma pousada em Canavieiras, na Bahia.
A ação para prendê-lo foi coordenada pela Divisão de Homicídios do RJ que fez campana, monitorou e prendeu o PM com o auxílio da polícia baiana.
Das Neves, como é chamado, tinha mandado de prisão expedido pela 1ª Vara Criminal da Capital pela morte do contraventor Fernando Iggnácio.
Desde 20 de novembro, o cabo não comparece ao 5º BPM (Harmonia), onde dava plantão em uma cabine no Centro do Rio.
Pelo Código Penal Militar, a ausência do local de trabalho por mais de oito dias configura crime de deserção, e pode resultar na expulsão do PM da instituição.
Na ficha disciplinar do PM há atrasos e faltas aos plantões. No dia em que Fernando Iggnácio foi assassinado, em 10 de novembro, o Boletim Interno da PM publicou que o policial era reincidente no "mau comportamento".
Das Neves responde a Conselho de Revisão Disciplinar que pode resultar em sua expulsão da PM.
No dia 18 de dezembro de 2020, a Polícia Civil do Rio de Janeiro divulgou que tinha identificado quatro suspeitos de envolvimento na morte do contraventor e que um deles era Rodrigo.
A polícia também investiga se o cabo foi segurança da escola de samba de Mocidade de Padre Miguel, na Zona Oeste da cidade.
Grupo monitorado
De acordo com o diretor do Departamento Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa, Roberto Cardoso, a Delegacia de Homicídios da Capital já monitorava Das Neves desde sua fuga.
“Estamos monitorando os quatro. Os outros três estão foragidos juntos e o Rodrigo fugiu sozinho. A gente acionou a polícia da Bahia, ajudando com informações e passamos para ele a foto do foragido e o mandado de prisão, e conseguimos efetuar o mandado de prisão”, explicou.
Cardoso afirmou que a polícia sabe que Das Neves estava no carro utilizado para levar os criminosos até o local onde Fernando Iggnácio foi assassinado.
O papel de Rodrigo no crime, no entanto, ainda não foi esclarecido. “A gente não sabe ainda detalhadamente qual foi a participação de cada um”, disse o diretor, negando ainda a participação de Rodrigo em alguma milícia, como foi dito pela Polícia Civil da Bahia.
Segundo Cardoso, é prematuro indicar quem contratou os quatro suspeitos do crime. “É um passo de cada vez. Vamos ver o que a gente consegue obter com a prisão dele, depois com a prisão dos outros, a investigação vai caminhando, e a gente vai obtendo essas informações”, finalizou.
Fonte: g1.globo.com